Platão e Aristóteles defendiam que a filosofia começa com o questionamento, conceito que muitos outros filósofos concordam. Com o tempo, outros pensadores consideraram que o objetivo da filosofia é mostrar o caminho para fora da caixa, liberando o nosso pensamento de paradoxos criados pela nossa falta de compreensão da linguagem.
Nesta lista, você poderá conferir uma série de paradoxos filosóficos que podem datar de tempos antigos e certamente vão dar um nó em seu pensamento.
Suponha que alguém lhe diga “Eu estou mentindo”. Se a pessoa estiver falando algo correto, então ela estaria mesmo mentindo, o que faz com que a frase seja falsa. Por outro lado, se o que ela disse estiver errado, então ela não estaria mentindo, o que faz com que a frase seja verdadeira.
Em resumo, se a frase “Eu estou mentindo” for verdadeira, é falsa, e se for falsa, é verdadeira. O paradoxo pode ser aplicado em qualquer situação que trate de uma afirmação que se nega automaticamente (um outro exemplo pode ser “Esta frase é falsa”). O paradoxo teria sido apresentado pela primeira vez pelo grego Epimênides (cerca de 600 AC) na Grécia Antiga.
Enforcamento inesperado
Um juiz diz a um condenado numa prisão que ele será enforcado ao meio-dia de um dia de semana, durante a semana seguinte, mas o dia exato da execução será uma surpresa para o prisioneiro. Refletindo sobre a sentença, o prisioneiro suspeita que ele vai acabar sendo perdoado.
Ele conclui que a condenação não poderá acontecer na sexta-feira, pois se não vier até quinta, ele saberá o dia exato e deixará de ser uma surpresa. Porém, eliminando a sexta, ele aplica o mesmo raciocínio e conclui que não poderá ser na quinta, pelo mesmo motivo. Utilizando do pensamento, ele acaba eliminando todos os dias semana.
Na semana seguinte, o prisioneiro é chamado na quarta-feira e levado para a execução, de forma surpreendente, ainda que ele tenha pensado o contrário. Ao mesmo tempo em que a lógica do prisioneiro faz sentido, ele acaba sendo surpreendido, deixando a história com uma solução definitiva que ninguém ainda foi capaz de oferecer.
Banco de areia
Imagine um monte de areia formado por um milhão de grãos. Agora retire um grão do monte e reflita: ele ainda continua sendo considerando um monte? Certamente você dirá que sim. Porém, caso você continue a remover grãos, de um em um, chegará num momento em que haverá apenas um grão, certo? Sendo assim, a partir de que momento o monte não seria mais considerado um monte? A solução pode nunca ser encontrada, pois termos vagos, como um monte, não são definidos objetivamente, a partir de quantidades pré determinadas.
Vamos supor que o barco de Teseu seja construído para navegação nos mares. Eventualmente, as peças do barco irão estragar, precisando de substituição. Com o passar do tempo, todas as peças do barco terão sido trocadas por alguma peça idêntica, mas nova. Depois da troca de todas peças, ele ainda é o mesmo barco ou se tornou um barco novo? Se ele se tornou um barco novo, em que momento isso aconteceu? Ou ainda, se ele não se tornou um barco novo, caso a gente encontre todas as peças originais substituídas e reconstrua um novo barco a partir delas, essa nova embarcação pode ser considerada o mesmo barco de Teseu?
5 – Onipotência
Se existe um Deus capaz de realizar qualquer feito no mundo, seria ele capaz de fazer uma pedra tão pesada que nem ele conseguiria levantar? Mesmo que você tente, certamente será impossível encontrar a resposta para esta questão. Se o Deus possui poder sem limites, é fácil dizer que sim, ele poderia criar qualquer pedra, incluindo uma que não pudesse levantar. Por outro lado, se ele tem mesmo todo o poder existente, porque não seria capaz de levantar a nova pedra que criou? Isso não o faria menos poderoso, já que sua habilidade está limitada?
6 – O barbeiro
Considere que exista uma cidade com apenas um salão capaz de fazer a barba de todos os habitantes. A partir daí, podemos dividir os homens da cidade entre dois grupos: os que visitam o barbeiro e os que fazem a própria barba. Sendo assim, o barbeiro seria responsável por fazer a barba de todos os homens que não se barbeiam, correto? Talvez sim, não fosse por um pequeno paradoxo. Se o barbeiro fizer a própria barba, ele entra no grupo dos homens que não fazem a barba com o barbeiro, porém, se ele não fizer, ele entra no grupo dos que visitam a sua barbearia e possuem a barba feita por ele.
7 – A flecha
No paradoxo da flecha, apresentado pelo filósofo grego Zenão, é possível afirmar que nenhum objeto se move. Zenão considera que todo instante pode ser visto como uma fotografia, na qual todos os objetos estão parados. Considera uma flecha disparada no ar, num instante congelado. Se ela permanecer no mesmo lugar, ela não estará se movendo, logo estará parada. Por outro lado, se ela está estática num instante do tempo, não tem capacidade de alterar a sua posição, se movendo para um instante ou espaço seguinte. Se fosse possível tirar uma foto de todos os momentos durante a viagem da flecha, seria sempre possível percebê-la parada, logo, ela jamais teria se movido.
Fonte: Fatos Desconhecidos