De onde surgiram as lendas brasileiras?
O folclore brasileiro é muito rico em histórias e possui diversos contos incríveis. Não dá para ditar uma origem específica, já que ele foi criado a partir de lendas contadas por diversos povos. Desde índios até colônias europeias fazem parte dos mitos que carregamos aqui, no Brasil. Você já deve ter estudado sobre eles pelo menos uma vez na escola. Se não estudou, conhece pela sua popularidade social, pois estão presentes em filmes, animações e livros que acabamos vendo no decorrer da vida. Temos alguns que se destacam nesse meio, como o Saci-Pererê, a lenda a sereia Iara ou o famoso Curupira, garoto de cabelos vermelhos e pés virados para trás que protege as florestas e as criaturas que abrigam.
Como dissemos, são bastante conhecidas, mas poucas pessoas sabem a origem de sua criação ou até mesmo o motivo para isso. Pensando mais sobre isso e amando a cultura brasileira, resolvemos buscar para vocês o início de tudo e explicar melhor essas histórias. Aproveite o espaço para marcar seus amigos e familiares, pois temos certeza de que eles vão adorar saber também.
Curupira
Há muitas controvérsias sobre a data de criação dessa lenda. O padre jesuíta espanhol José Anchieta escreveu sobre esse personagem e o denominou como “demônio que acometem os índios”. O Curupira era considerado uma criatura perigosa e os índios e bandeirantes o veem como algo malicioso, demoníaco e muito temido. Isso tudo porque o personagem estava associado a diversos casos de violência, abusos, horror psicológico e rapto de crianças. Capaz de enfeitiçar as crianças, a história diz que ele as capturavam e devolviam para os pais após 7 anos, por isso ficou conhecido como um mau espírito.
Lenda do Boto
A Lenda do Boto ou Boto Cor-De-Rosa, como muitos conhecem, é de origem indígena e surgiu na região amazônica, Norte do país. A história foi criada como uma justificativa da gravidez fora do casamento. Ainda hoje, principalmente na região da Amazônia, as pessoas costumam afirmar que uma criança é filha do boto. Isso, é claro, quando não sabem quem é o pai. A lenda diz que o animal costumava se transformar em um belo homem nas noites de lua cheia. Ele geralmente aparece nas comemorações dos Santos Populares do mês de junho.
Mula Sem Cabeça
A lenda da Mula Sem Cabeça provavelmente teve sua origem nos povos da Península Ibérica e chegou à América pelos portugueses e espanhóis. Ganhou força inicialmente na área rural do Brasil, mais precisamente na zona canavieira do Nordeste e interior do Sudeste. Existem algumas versões sobre o conto. Uma delas é de que se a mulher dormir com o namorado antes do casamento pode se enfeitiçar e virar a mula. Essa é uma das histórias mais conhecidas do folclore brasileiro e aparece em diversas obras literárias, inclusive nas de Monteiro Lobato.
Negrinho do Pastoreio
A lenda do Negrinho do Pastoreio é bastante conhecida no Sul do Brasil. Sua origem é africana e cristã e surgiu no século XIX. O conto fala sobre uma criança escrava que apanhava muito do seu dono. Certo dia ele foi mandado para cuidar dos cavalos, mas um fugiu. Quando seu dono percebeu, resolveu castigá-lo com muitas chibatadas e quando ele estava quase morto, seu dono o jogou em cima de um formigueiro e deixou. No dia seguinte seu dono o vê sem nenhum machucado, montado no cavalo que havia fugido e ao lado de Virgem Maria, a padroeira do menino.
Lobisomem
A origem desta lenda é europeia e surgiu no século XVI, mas aparece em alguns mitos gregos. Reza a lenda que um homem se transforma em lobisomem em noites de lua cheia após ser mordido por um lobo. Seu corpo adquire garras, fica coberto por pelos e a criatura começa a uivar em busca do seu alimento preferido: o sangue. Até os dias de hoje essa lenda causa medo nas pessoas que vivem nos campos, principalmente.
Boitatá
A origem dessa lenda é indígena e a palavra Boitatá, em Tupi-Guarani, tem o significado de Cobra (boi) de Fogo (tatá). Apesar de origem indígena, encontra-se o animal em um texto do século XVI do Padre Jesuíta José de Anchieta.
Saci-Pererê
Original das tribos indígenas do Sul do Brasil, a lenda do Saci-Pererê hoje é uma das mais famosas do folclore. A história existe desde o fim dos tempos coloniais. Inicialmente o personagem principal era descrito como um homem negro com suas pernas e um rabo. Graças a influência africana, ele perdeu uma perna lutando capoeira. Uma de suas características mais marcantes é o cachimbo que está sempre fumando. O seu gorro vermelho vem do folclore do norte de Portugal e possui poderes sobrenaturais.