Os cientistas não param de trabalhar em busca de novas descobertas que possam melhorar a vida das pessoas. Dessa vez, uma parceria entre a tecnologia e a ciência pode ter dado o melhor resultado em anos. A conquista se deu por parte do Joint Genome Institute, Centro de Pesquisas de DNA relacionado ao Departamento de Energia dos Estados Unidos (DOE). De acordo com as notas emitidas no periódico científico Nature, os estudiosos conseguiram desenvolver um novo algoritmo que é capaz de classificar vírus com uma precisão incrível. Eles podem conseguir tal feito com maior velocidade comparado com a forma que é utilizada hoje em dia.
Machine Learning (aprendizado de máquina) é o nome do termo que define algoritmos treinados para buscar padrões em certos dados e aprender com esse processo. Após criar um algoritmo a fim de buscar certo resultado, os pesquisadores conseguiram fazer com que a máquina desenvolvesse inteligência artificial que seria capaz de classificar potenciais vírus de forma autônoma. Os vírus identificados durante o estudo foram os da família Inoviridae. Esse é um tipo incapaz de infectar diretamente os humanos. No entanto, ele pode infectar bactérias e apresentar riscos para nós. Um exemplo disso é a bactéria que causa cólera, que pode apresentar um potencial mais tóxico caso seja afetada por um vírus da família Inoviridae.
Como foi feito o trabalho
O trabalho foi realizado, inicialmente, quando os cientistas dispuseram 805 sequenciamentos de genoma do vírus Inoviridae. Após o vírus ser reconhecido pela ciência, colocaram o algoritmo para trabalhar. Em seguida, outras duas mil sequências de vírus e bactérias foram acrescentadas ao software. Desta forma, treinariam a máquina para que ela coletasse apenas aquilo que pertencia ao vírus. Depois de treinado, o algoritmo aprendeu a analisar conjuntos grandes de dados genômicos. Ele já era capaz de identificar mais de 10 mil vírus da família Inoviridae,que foram classificados em espécies depois.
Para ter uma noção do avanço, antes da ajuda da máquina, os cientistas conseguiram dividir os vírus em menos de 100 espécies. Com o uso do software, esse número subiu para mais de 6 mil. Devido a esse número grande, os estudiosos do assunto acreditam que a classificação Inoviridae representa diversas famílias, não somente uma. Um pesquisador da USP, Deyvid Amgarten, também mostrou como um software pode ser treinado para identificar vírus em pilhas de compostagem de zoológicos em São Paulo. A proposta do seu software consiste em entender qual o papel que esses organismos unicelulares desempenham nas bactérias.